O Governador não Pagou e o Sindleite Ameaçou Cortar o Fornecimento

Mesmo com a ameaça do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Norte (Sindleite) e consórcios do setor em paralisar o fornecimento do produto para o Programa do Leite a partir da próxima segunda-feira,
 o Governo do Estado não deverá repassar hoje o pagamento referente à segunda quinzena do mês passado. Com pagamentos atrasados desde setembro deste ano, os produtores exigem o repasse imediato de aproximadamente R$ 3 milhões.

emanuel amaral

Nelson Tavares, secretário da Seplan, se disse surpreso com decisão dos laticínios e produtoresUm documento informando a decisão dos produtores foi entregue na manhã de ontem à Secretaria Estadual do Trabalho e Assistência Social (Sethas), ao Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater RN), à Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças (Seplan) e ao gabinete civil do Estado.



De acordo com o secretário estadual de Planejamento, Nelson Tavares, o governo não irá atender a exigência dos produtores, uma vez que a administração estadual não pode deixar de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele afirma que o estado não tem como quitar o pagamento imediatamente, por estar sendo pequeno o repasse do fundo de participação dos estados (FPE) e a folha de pagamento é prioridade. “Os impostos arrecadados pelo estado são superavitários, mas acontece que estamos com um déficit de R$ 150 milhões, por causa de outros repasses que estão fracos”, expõe.



Tavares diz ter ficado surpreso com a decisão do sindicato, por já existir um acordo entre a entidade e o governo, relativo ao pagamento. “Já tínhamos acertado que seriam pagas as parcelas mensais e mais uma em atraso a cada mês. Dessa forma, chegaríamos a dezembro sem restos a pagar”.



Com uma postura mais comedida, o titular da Sethas, Gercino Saraiva, se limita a reforçar que a postura do governo será a de manter o acordo realizado entre a Seplan e o Sindleite. Segundo ele, prevalece o compromisso firmado entre o governo e os produtores, através do qual os pagamentos serão regularizados até dezembro.



O vice-presidente do Sindleite, Belarmino Macedo, enfatizou a posição de suspender o fornecimento na segunda-feira. Além desse pagamento, os fornecedores esperam receber também a segunda quinzena do mês passado até o próximo dia 26. E, caso haja a quitação do débito hoje, mas os produtores não recebam a parcela prevista para a próxima terça-feira, o fornecimento será suspenso no dia seguinte.


Fonte: Tribuna do Norte.